quinta-feira, 17 de maio de 2012

Primeiro caso de doping do futebol brasileiro



Nascido em Pedro Leopoldo, estado de Minas Gerais, Cosme da Silva Campos, mais conhecido apenas como Campos, era uma grande promessa do futebol brasileiro no início dos anos 70.

Centroavante de origem, rápido, bom cabeceador, começou sua carreira no Atlético Mineiro em 1972 mas logo foi emprestado para o Nacional de Manaus.

Defendendo o Nacional, no campeonato brasileiro de 1972, chegou à vice-artilharia da competição com 14 gols. Apesar disso o time do Nacional-AM terminou o campeonato apenas com a 21ª colocação.

No ano seguinte, retornou ao Galo para ser campeão mineiro e conquistar a artilharia do campeonato com 15 gols.

Apesar disso, não foi apenas pelo futebol que Campos ficou marcado. 

O jogador protagonizou o primeiro caso de Doping registrado no futebol brasileiro, um escândalo para a época.

Entenda o caso:

No dia 04 de novembro de 1973 Vasco e Atlético-MG se enfrentaram pela primeira fase do Campeonato Brasileiro daquele ano. 

Em uma dividida com o zagueiro René, do Vasco da Gama, Campos perdeu três dentes. O Vasco venceu o jogo pelo placar de 2 a 0.

Duas semanas depois, no dia 18 de novembro, novo confronto entre as duas equipes, desta vez no Mineirão, Belo Horizonte. O Atlético-MG venceu a partida por 2 a 1, sendo que os dois gols do galo foram marcados pelo artilheiro Campos.

Ao final da partida o centroavante foi pego no exame antidoping .

Foi um choque para futebol brasileiro. 

O jogador foi suspenso por seis meses e após o seu retorno aos gramados nunca mais conseguiu repetir o bom futebol.

A substância encontrada no exame antidoping foi a efedrina, droga que reduz a fadiga, aumenta a agressividade, diminui a sensibilidade à dor, entre outros efeitos.

Campos afirmou que, por conta das dores que estava sentindo devido ao choque com o zagueiro René, utilizou medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos sem saber que esses medicamentos poderiam conter efedrina.

Campos sempre alegou inocência. Acusou o médico do Atlético-MG de não ter comunicado à CBD, entidade máxima do futebol naquela época, da utilização desses medicamentos.

Campos ainda jogou em vários clubes e até na Seleção Brasileira, mas sem o mesmo brilho do início da carreira.


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