segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Só Milagre Salva o Palmeiras do Rebaixamento





Não podemos dizer que a tarefa é impossível, mas certamente não será nada fácil.

Para que o Palmeiras permaneça na elite do futebol nacional, precisará alcançar a meta de 45 pontos na tabela de classificação.

Segundo os especialistas, esse é o número mágico.

Pode até se salvar com menos de 45 pontos. Pode também cair com esses mesmos 45 pontos.

Na era dos pontos corridos, contando com a participação de 20 equipes, o último time a se salvar do rebaixamento alcançou a seguinte pontuação:

2006 - 16º colocado - Palmeiras: 44 pontos

2007 - 16º colocado - Goiás: 45 pontos

2008 - 16º colocado - Náutico: 44 pontos

2009 - 16º colocado - Fluminense: 46 pontos (*)

2010 - 16º colocado - Atlético-GO: 42 pontos

2011 - 16º colocado - Cruzeiro: 43 pontos

(*) Em 2009 o Coritiba foi rebaixado com 45 pontos.

O Palmeiras precisará de 8 vitórias e 1 empate nas próximas 13 rodadas.

Em 25 rodadas conseguiu apenas 5 vitórias e 5 empates.

Seu desempenho até o momento é de 26,7% de aproveitamento.

Terá que ampliar esse aproveitamento para 64,1%. Mais que o dobro do conseguido até agora.

Como se não bastasse, terá pela frente confrontos complicadíssimos, entre eles: Figueirense (F), em confronto direto, São Paulo (F), Náutico (F), Bahia (F), Internacional (F), Fluminense (C), Flamengo (F) em briga direta, e Santos (F) para terminar.

Não vejo no mercado nenhum treinador que possa resolver a situação do Palmeiras de imediato.

O único que tinha essa capacidade era o próprio Felipão, que já estava muito desgastado.

Em 2009 o Fluminense estava em situação muito parecida com a do Palmeiras, e conseguiu escapar na última rodada.

Mas o Tricolor possuia, na ocasião, um elenco muito mais forte, muito mais recheado de bons jogadores, como: Gum, Conca e Fred.

A maneira como a direção do Palmeiras vem agindo também não colabora para que se vislumbre grande melhora no time.

Não se percebe nenhuma organização. Cada um fala uma língua diferente dentro do clube.

Diante de tudo isso só nos resta dizer: A Esperança é a Última que Morre! Mas uma hora...

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Brasileirão: O Campeonato mais Difícil do Mundo



A IFFHS, sigla inglesa que traduzida significa "Federação Internacional de História e Estatística do Futebol", através de suas pesquisas, utilizando-se de critérios não esclarecidos, divulgou recentemente uma lista com os campeonatos mais fortes do mundo.

Trata-se de de uma organização reconhecida pela FIFA e é responsável pelos levantamentos estatísticos relacionados ao futebol.

É evidente que os estudos apresentados pela IFFHS gozam de muita credibilidade e tradição em todo o mundo.

Isso, claro, não significa que sou obrigado a concordar com todos os rankings apresentados por ela.

O ranking foi divulgado em Fevereiro/2012 e apresenta os campeonatos nacionais mais fortes, ou mais difíceis.

Pela ordem:
        1º - Inglês
        2º - Espanhol
        3º - Italiano
        4º - BRASILEIRO
        5º - Alemão   
        6º - Francês
        7º - Argentino
        8º - Holandês
        9º - Português
        10º - Mexicano

Então, pelos critérios adotados pela IFFHS, é mais difícil ser campeão Inglês, Espanhol ou Italiano do que ser campeão Brasileiro.

É mais difícil pra quem?

É mais difícil o Barcelona ser campeão Espanhol ou o São Paulo ser campeão Brasileiro?

É mais difícil o Machester United ser campeão Inglês ou o Internacional-RS ser campeão Brasileiro?

É mais difícil a Internazionale ser campeã Italiana ou o Flamengo ser campeão Brasileiro?

Não vou brigar com os números apresentados, que colocam o Campeonato Brasileiro em quarto lugar.

Mas acho que as estatísticas se distorcem quando o assunto é futebol.

Há muito mais o que ser analisado além de "Valores de Times", "Localização Geográfica", "Modernidade das Arenas", etc...

Queria ver o Chelsea encarando o Grêmio em pleno Olímpico, ou o Milan frente a frente com o Fluminense.

Queria ver o Real Madrid encarando o Vasco da Gama em São Januário. Vitória garantida do Real Madrid?

Além de todos os números que norteiam tais pesquisas, existe a paixão do torcedor, as dificuldades de locomoção de um campeonato com proporções continentais, a superação dos jogadores que não possuem toda a mordomia oferecida na Europa, o grande equilíbrio entre as equipes, enfim, coisas que dificilmente alguém vai conseguir mensurar.

Mas já que não conseguir transformar tudo isso em números, vamos nos ater aos fatos.

Considerando os campenatos disputados desde a temporada de 2000 até agora, vejamos quantos campeões diferentes tivemos em cada um dos torneios citados.

   Campeonato Brasileiro: 8 times (Vasco da Gama, Atlético Paranaense, Santos, Cruzeiro, Corinthians, São Paulo, Flamengo e Fluminense);

    Campeonato Inglês: 4 times (Manchester United, Arsenal, Chelsea e Manchester City);

    Campeonato Italiano: 4 times (Roma, Juventus, Milan e Internazionale);

    Campeonato Espanhol: 3 times (Real Madrid, Barcelona e Valência).

Outro detalhe é que entre os seis primeiros do ranking, apenas o Brasileirão não é Europeu.

É aquela velha história: Pra ser o melhor do mundo tem que estar na Europa.

Lógico que o nosso Brasileirão tem muito a melhorar, aliás, está longe do ideal, a começar pelo trato com os torcedores.

Mas duro mesmo é ter uma competição com 20 participantes onde as chances de título são de 50% pra um e 50% pro outro.

Quero ver quem se arrisca a dizer o nome do Campeão Brasileiro de 2012!

Para conhecer a lista completa divulgada pela IFFHS clique aqui.

Fontes: www.iffhs.de / wikipédia / www.cbf.com.br



quarta-feira, 6 de junho de 2012

Sima: O Pelé do Nordeste

Sima - O maior artilheiro do Piauí

Simão Teles Bacelar, esse era seu nome de batismo.

Mas era conhecido mesmo como Sima.

Outros codinomes eram: "Pelé do Nordeste" e "Pelé do Piauí".

Nasceu no povoado Matões, município de Miguel Alves, estado do Piauí, em 7 de março de 1948.

Começou a carreira nos juvenis do Piauí Esporte Clube entre os anos de 1962 e 1963, alcançando o time profissional em 1966.

O temível artilheiro do futebol Nordestino chegou para fazer história.

Os pesquisadores Marcelo Migueres e Celso Unzelte creditam a Sima a marca de 530 gols em jogos oficiais. Isso pode ser constatado no livro Grandes Clubes Brasileiros, Viana & Mosley Editora, 2004, pág. 264.

Passou por vários clubes do Norte e Nordeste brasileiros:

Piauí Esporte Clube: 1966-1971 e 1984-1986

Sociedade Esportiva Tiradentes: 1973-1976

Ríver Atlético Clube: 1977-1983 e 1987

Auto Esporte Clube: 1983-1984

Além dos clubes acima, Sima defendou vários outros por um curto período: Ferroviário Atlético Clube, Sport Clube do Recife, Moto Clube de São Luís, Esporte Clube Bahia, Esporte Clube Flamento-PI, Club Sportivo Sergipe, entre outros.

Foram muitos os grandes feitos de Sima.

Foi o goleador máximo do campeonato piauiense em dez oportunidades.

Conquistou dez vezes o campeonato piauiense.

No ano de 1977 tornou-se o maior artilheiro dos campeonatos estaduais em todo o Brasil marcando 33 gols pelo Ríver Atlético Clube.

Tornou-se o maior artilheiro da história do Ríver anotando 185 gols pela equipe piauiense.

Sima faz parte da lista dos 10 maiores goleadores do futebol brasileiro, perdendo apenas para Pelé, Romário, Túlio, Zico, Dinamite, Cláudio Adão, Dario, Friedenreich e Pinga.

Seu gol mais bonito, segundo o próprio Sima, foi contra o Botafogo, em 07/02/1982, em pleno Maracanã.

O Botafogo já aplicava uma sonora goleada de 5 a 0 e o jogo já estava nos 43 minutos do segundo tempo.

O artilheiro do Ríver foi lançado em profundidade, passou por dois zagueiros, fintou o goleiro botafoguense e acabou perdendo completamente o ângulo. Mesmo sem ângulo, já na linha de fundo, chutou para o gol encobrindo dois jogadores adversários marcando o primeiro gol da equipe do Piauí.

Sima ainda teve tempo para marcar o seu segundo gol fechando o placar em Botafogo 5 x 2 Ríver-PI.

Não bastasse o cheiro de gol, Sima também era reconhecido pela sua disciplina e lealdade dentro de campo.

Ao longo de sua carreira foram 565 jogos sem ser expulso uma vez sequer.

No ano de 2000 a CBF conferiu ao jogador o Prêmio Belfort Duarte, concedido, na época, aos atletas que ficassem 10 anos ou 200 jogos sem receber nenhuma advertência.

O prêmio já era preiteado pelo jogador desde 1977.

Simão Teles Bacelar, o Sima, pendurou as chuteiras em 1987 aos 39 anos de idade.

Hoje trabalha como instrutor de futebol para crianças na Prefeitura de Teresina-PI.

Fonte: http://www.acessepiaui.com.br/ba-do-buim/a-trajet-ria-de-um-dolo-sima/10917.html

terça-feira, 5 de junho de 2012

Bola nas Costas: Vem bem a calhar!

O pagode tá garantido.

Alguém já conferiu os armários? Limão, açúcar, cachaça....

Produção: http://globoesporte.globo.com/platb/bolanascostas/

sábado, 2 de junho de 2012

O Desempenho da Seleção Brasileira de Futebol em Jogos Olímpicos





Logo Oficial - London 1012



Dentro de poucos dias terão início os Jogos Olímpicos de Londres 2012.

A Seleção Brasileira, que conta com muitos novos craques e um passado de frustrações em Olimpíadas, sob a tutela de Mano Menezes, terá mais uma oportunidade para conquistar o único título de expressão que ainda não possui.

O Futebol foi incluído como modalidade Olímpica Oficial no ano de 1908 e foi considerado um "Campeonato Mundial de Futebol" até a realização da primeira Copa do Mundo em 1930.

O Seleção Brasileira de Futebol fez sua estréia em Jogos Olímpicos em 1952 em Helsínque.

Seleção Olímpica de 1952 - Em pé: Mauro, Carlos Alberto, Waldir, Zózimo, Édson e Adésio. Agachados: Mílton, Humberto Tozzi, Larry, Vavá e Jansen.








Vejam como foi o desempenho brasileiro no futebol masculino desde a sua primeira participação em Helsínque (Finlândia) até a última em Pequim (China):

1952 - Helsinque (Finlândia)
Campeão: Hungria (Liderado por Puskás)
Vice-Campeão: Iugoslávia
Brasil: 5º colocado - Caiu nas quartas-de-final para a Alemanha (Alemanha 4 x 2 Brasil)

1960 - Roma (Itália)
Campeão: Iugoslávia
Vice-Campeão: Dinamarca
Brasil: 6º Colocado - Ficou com a segunda colocação no seu grupo, atrás da Itália, e não avançou para a fase seguinte.

1964 - Tóquio (Japão)
Campeão: Hungria
Vice-Campeão: Tchecoslováquia
Brasil: 9º colocado - Ficou em terceiro no Grupo C e não avançou para a fase seguinte.

1968 - Cidade do México (México)
Campeão: Hungria
Vice-Campeão: Bulgária
Brasil: 10º colocado - Ficou em terceiro no Grupo B e não avançou para a fase seguinte.

1972 - Munique (Alemanha)
Campeão: Polônia
Vice-Campeão: Hungria
Brasil: 13º colocado - Ficou em último lugar no Grupo C. Em três jogos conseguiu apenas 1 ponto ao empatar com a Hungria. Não avançou à fase seguinte.

1976 - Montreal (Canadá)
Campeão: Alemanha Oriental
Vice-Campeão: Polônia
Brasil: 4º colocado - Foi desclassificado pela Polônia na semifinal e na disputa pelo bronze foi derrotado pela União Soviética.

1980 - Moscou (União Soviética)
Campeão: Tchecoslováquia
Vice-campeão: Alemanha Oriental
Brasil: Não se classificou para os jogos Olímpicos.

1984 - Los Angeles (EUA)
Campeão: França
Vice-Campeão: Brasil
Brasil: Ficou com a medalha de prata após ser derrotado pela França pelo placar de 2 a 0. A partida foi disputada no estádio Rose Bowl, mesmo estádio que receberia a final da Copa do Mundo de 1994 entre Brasil e Itália.

1988 - Seul (Coreia do Sul)
Campeão: União Soviética
Vice-Campeão: Brasil
Brasil: Mais uma vez ficou com a medalha de prata ao ser derrotado pela União Soviética pelo placar de 2 a 1.

1992 - Barcelona (Espanha)
Campeão: Espanha
Vice-Campeão: Polônia
Brasil: Não se classificou para os jogos Olímpicos

1996 - Atlanta (Estados Unidos)
Campeão: Nigéria
Vice-Campeão: Argentina
Brasil: 3º colocado - Foi eliminado na semifinal para a Nigéria. Chegou a estar vencendo o jogo por 3 a 1 mas permitiu o empate. Na prorrogação perdeu na morte súbita: Nigéria 4 x 3 Brasil. Conquistou a medalha de bronze ao golear Portugal por 5 a 0.

2000 - Sydney (Austrália) 
Campeão: Camarões
Vice-Campeão: Espanha
Brasil: 7º colocado - Novamente eliminado por uma equipe africana. A equipe de Camarões venceu o Brasil por 2 a 1 com um gol na morte súbita. Os africanos tiveram dois jogadores expulsos.

2004 - Atenas (Grécia)
Campeão: Argentina
Vice-Campeão: Paraguai
Brasil: Não se classificou para os jogos Olímpicos. O Brasil contava com grandes nomes: Robrinho, Diego, Nilmar, Elano e Maicon, mas sucubiram no Torneio Pré-Olímpico. As vagas ficaram com Argentina e Paraguai.

2008 - Pequim (China) 
Campeão: Argentina
Vice-Campeão: Nigéria
Brasil: 3º colocado - Foi derrotado pela Argentina na semifinal. Conquistou a medalha de bronze ao bater a Bélgica.


Fonte: http://www.cob.org.br/brasil_jogos/home.asp

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Do Primeiro ao Atual Hino Oficial do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense

Lupicínio Rodrigues


Os leitores já perceberam que este espaço tem um apreço especial pela música. Vejam as publicações anteriores, Homenagem a Lamartine Babo e Primeiro Hino do Corinthians.

Vamos conhecer um pouco da história do Hino do Grêmio-RS para não perder o costume de misturar Futebol e Música.

Apesar de ter sido fundado no ano de 1903, o primeiro hino do Grêmio foi composto apenas em 1924.

A composição é de autoria de Isolino Leal.

Uma letra muito forte, imponente, e que demonstra o amor ao clube.

Infelizmente não localizamos nenhuma gravação oficial desse hino, mas apresentamos a letra:


Primeiro Hino Oficial do Grêmio
Isolino Leal

Vibre em nós a luz da energia
que dá fulgor e faz heróis;
músculos de aço e varonia
nos façam da pátria áureos sóis

Do sul ao norte
Nos seja prêmio
A fé no Grêmio
Invicto e forte!

A nobreza, se o prélio freme,
é quem inspira o coração
Da nossa gente que não treme,
e luta sempre como um leão.

Do sul ao norte...

Filhos do Pampa erguendo a fama
Desta terra de honra e valor,
com a alma acesa, em viva chama,
por ela cante o nosso amor!

Do sul ao norte...


Pouco tempo depois, no ano de 1946, a diretoria do Grêmio promoveu um concurso para escolher um novo hino para o clube que se tornaria oficial.

O vencedor foi Breno Blauth, filho de Otto Blauth, ex-conselheiro do Grêmio.

A composição vencedora intitulava-se a Marcha de Guerra do Grêmio e foi gravada pelo cantor Alcides Gonçalves.

Segundo Hino Oficial do Grêmio
(Marcha de Guerra do Grêmio)
Breno Blauth




Abram alas, abram alas
Lá vem o quadro tricolor
Nós estamos confiantes
No nosso Onze de valor
Nosso time da Baixada
Não tem receio de nenhum
Pois a bola vai ao golo
E a torcida quer mais um
O Grêmio é o tal
Não teme seu rival
É o mosqueteiro do esporte nacional
O nosso tricolor
É um quadro de valor
ele é fidalgo, é destemido e é leal
Viva o Grêmio, viva o Grêmio
Não ganhará o jogo em vão
De conquista em conquista
Vai ser de novo campeão
Nosso time da Baixada
Não tem receio de nenhum
Pois a bola vai ao golo
E a torcida quer mais um
O Grêmio é o tal...


Visando as comemorações de seu cinquentenário, o clube decidiu escolher um novo hino através de um concurso.

O Boêmio Lupicínio Rodrigues, torcedor do Grêmio, faturou o concurso com a composição que embala as conquistas tricolores até os dias hoje.

Lupe, como era conhecido desde pequeno, incluiu na letra uma frase de Salim Nigri: "Com o Grêmio, onde estiver o Grêmio", com um pequeno ajuste: "Com o Grêmio, onde o Grêmio estiver".


Hino Oficial do Grêmio (Atual)
Lupicínio Rodrigues
Até a pé nós iremos
Para o que der e vier
Mas o certo e que nós estaremos
Com o Grêmio onde o Grêmio estiver

50 anos de glória
Tens imortal tricolor
Os feitos da tua história
Canta o Rio Grande com amor

Nós como bons torcedores
Sem hesitarmos sequer
Aplaudiremos o Grêmio
Aonde o Grêmio estiver

Lara o craque imortal
Soube seu nome elevar
Hoje com o mesmo ideal
Nós saberemos te honrar

Até a pé nós iremos
Para o que der e vier
Mas o certo e que nós estaremos
Com o Grêmio onde o Grêmio estiver.


Continuarei procurando algum registro da gravação do primeiro hino de Isolino Leal. Caso consiga, atualizarei este post.

sábado, 26 de maio de 2012

Os Maiores Artilheiros de Clubes Brasileiros

Pelé - O maior de todos os artilheiros.


O levantamento que vamos apresentar não é inédito, já que podemos encontrar com facilidade na internet. 

Porém, o que me chamou a atenção, foi o desencontro de informações que existe entre um levantamento e outro.

Para tentar trazer dados oficiais neste espaço, iniciei uma nova pesquisa consultando fontes oficiais e confiáveis.

Descobri algumas coisas bem interessantes, como: Clubes que não respeitam a sua própria história, pois não possuem sequer um arquivo digital para os torcedores consultarem; Dados de fontes oficiais incorretos (pesquisadores comprovaram novos números); etc...

Dentro do que era possível, buscando as melhores fontes, estamos trazendo para os leitores a relação dos maiores artilheiros de clubes do futebol brasileiro.

Sempre que possível, para não ficarmos apenas na quantidade de gols que cada jogador fez, incluímos também o período em que atuou e o número de jogos que fez pelo clube e, por consequência, sua média de gols.


Clube: Santos Futebol Clube
Artilheiro: Edson Arantes do Nascimento - "Pelé"
Nº de gols: 1091
Nº de jogos: 1116
Média de gols: 0,98
Período: 1956-1974
Curiosidade: Em 1964 Pelé marcou 8 gols na partida Santos 11 x 0 Botafogo-SP

Clube: Sport Club Corinthians Paulista
Artilheiro: Cláudio Christovam de Pinho - "Cláudio - O Gerente"
Nº de gols: 306
Nº de jogos: 554
Média de gols: 0,55
Período: 1945-1957 
Curiosidade: Foi o líder de uma das maiores equipes do Corinthians de toda a história ao lado de Luizinho, Baltazar, Rafael, Simão e Carbone.

Clube: Sociedade Esportiva Palmeiras
Artilheiro: Heitor Marcelino Domingues - "Heitor"
Nº de gols: 284
Nº de jogos: 330
Média de gols: 0,86
Período: 1916-1931
Curiosidade: Em 1920 chegou a marcar 6 gols em uma única partida pelo Palestra.

Clube: São Paulo Futebol Clube
Artilheiro: Sérgio Bernardino - "Serginho Chulapa"
Nº de gols: 243
Nº de jogos: 401
Média de gols: 0,61
Período: 1973-1982
Curiosidade: Foi artilheiro de 4 campeonatos paulistas e dois campeonatos brasileiros.

Clube: Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense
Artilheiro: Alcindo Martha de Freitas - "Alcindo, o Bugre"
Nº de gols: 264
Nº de jogos:  -
Média de gols:  -
Período: 1964-1971 e 1976-1977
Curiosidade: O maior artilheiro da história do Grêmio foi revelado nas categorias de base do rival Internacional-RS.

Clube: Sport Club Internacional
Artilheiro: Alberto Zolim Filho - Carlitos
Nº de gols: 485
Nº de jogos: 384
Média de gols: 1,26
Período: 1938-1951
Curiosidade: Consquistou 10 títulos de campeão gaúcho pelo Inter.


Clube: Clube de Regatas do Flamengo
Artilheiro: Arthur Antunes Coimbra - "Zico"
Nº de gols: 509
Nº de jogos: 732
Média de gols: 0,70
Período: 1971-1983 e 1985-1989
Curiosidade: Maior artilheiro de todos os tempos do estádio Maracanã com 333 gols.

Clube: Club de Regatas Vasco da Gama
Artilheiro: Carlos Roberto de Oliveira - "Roberto Dinamite"
Nº de gols: 644
Nº de jogos: 955
Média de gols: 0,67
Período: 1971-1989 e 1992
Curiosidade: Após um triunfo de 2 x 0 sobre o Internacional-RS o Jornal dos Sports estampou a manchete "Garoto Dinamite Explode no Maracanã", consagrando o apelido.
 
Clube: Fluminese Football Club
Artilheiro: Waldo Machado da Silva - "Waldo"
Nº de gols: 314
Nº de jogos: 403
Média de gols: 0,78
Período: 1954-1961
Curiosidade: Habilidade não era seu forte, mas sentia o cheiro de gol. Seus gols eram de canela, de bico, esbarrão, mas raramente perdia uma oportunidade.

Clube: Botafogo de Futebol e Regatas
Artilheiro: Waldir Cardoso Lebrêgo - "Quarentinha"
Nº de gols: 308
Nº de jogos: 442
Média de gols: 0,70
Período: 1954-1965
Curiosidade: Não comemorava seus gols. Dizia que não havia motivos já que estava apenas cumprindo a sua obrigação.

Clube: Cruzeiro Esporte Clube
Artilheiro: Eduardo Gonçalves de Andrade - "Tostão"
Nº de gols: 249
Nº de jogos: 373
Média de gols: 0,67
Período: 1963-1972
Curiosidade: Tostão possui a maior média de gols do estádio Mineirão.

Clube: Clube Atlético Mineiro
Artilheiro: José Reinaldo de Lima - "Reinaldo"
Nº de gols: 255
Nº de jogos: 475
Média de gols: 0,54
Período: 1973-1985
Curiosidade: Reinaldo afirmou não ter ido à Copa do Mundo de 82 pelo fato do então técnico da Seleção, Telê Santana, acreditar que ele estivesse tendo relações sexuais com homosexuais.
 
Clube: Coritiba Foot Ball Club
Artilheiro: Duílio Dias Nascimento - "Duílio"
Nº de gols: 202
Nº de jogos:  -
Média de gols:  -
Período: 1954-1963
Curiosidade: Conquistou 5 títulos estaduais e viu seu filho conquistar mais dois títulos pelo Coxa na década de 70.

Clube: Clube Atlético Paranaense
Artilheiro: Barcímio Sicupira Júnior - "Sicupira"
Nº de gols: 158
Nº de jogos:  -
Média de gols:  -
Período: 1968-1975
Curiosidade: Artilheiro dos campeonatos paranaenses de 1970 e 1972.

Clube: Paraná Clube
Artilheiro: Saulo da Fé de Freitas - "Saulo"
Nº de gols: 104
Nº de jogos: 208
Média de gols: 0,50
Período: 1991-1993 e 1994-1996
Curiosidade: Além das duas passagens como jogador , Saulo também teve duas passagens como treinador do Paraná Clube.

Clube: Esporte Clube Bahia
Artilheiro: Carlos Domingues Viana - "Carlito"
Nº de gols: 253
Nº de jogos: 341
Média de gols: 0,74
Período: 1946-1959
Curiosidade: É o maior goleador do clássico Ba-Vi com 21 gols marcados.

Clube: Goiás Esporte Clube
Artilheiro: Túlio Humberto Pereira Costa - "Túlio Maravilha"
Nº de gols: 187
Nº de jogos: 223
Média de gols: 0,84
Período: 1988-1992
Curiosidade: É também o maior artilheiro do rival Vila Nova com 99 gols.
 
Clube:Associação Atlética Ponte Preta
Artilheiro: Oscar Sales Bueno Filho - "Dicá"
Nº de gols: 154
Nº de jogos: 581
Média de gols: 0,27
Período: 1966-1971, 1972-1972 e 1976-1984
Curiosidade: Ao lado de Rui Rei, disputou as três partidas finais do campeonato paulista de 1977 que culminou com o título corinthiano que não vinha desde 1954.

Clube: Guarani Futebol Clube
Artilheiro: Luiz Stevan de Siqueira Neto - "Zuza"
Nº de gols: 149
Nº de jogos:  -
Média de gols:  -
Período: 1930-1931 e 1941-1948
Curiosidade: Foi campeão paulista pelo Corinthians e pelo Palestra Itália.

Clube: Associação Portuguesa de Desportos
Artilheiro: José Lázaro Robles - "Pinga"
Nº de gols: 190
Nº de jogos:270
Média de gols: 0,70
Período: 1944-1953
Curiosidade: Ajudou a Portuguesa a conquistar o torneio Rio-São Paulo de 1952.

Clube: Clube Náutico Capibaribe
Artilheiro: Silvio Tasso Lasalvia - "Bita"
Nº de gols: 221
Nº de jogos: 319
Média de gols: 0,69
Período: 1962-1966 e 1967-1968
Curiosidade: Marcou 4 gols no Santos de Pelé, em pleno Pacaembu, pela taça Brasil de 1966.

Clube: Sport Club do Recife
Artilheiro: José Roque Paes - "Traçaia"
Nº de gols: 202
Nº de jogos:  -
Média de gols:  -
Período: 1955-1962
Curiosidade: Até pouco tempo atrás eram 201 gols pelo Sport, porém, recentemente o pesquisador Carlos Celso Cordeiro descobriu mais um gol, contra o Osasuña, em uma excursão do Sport à Europa em 1957.

Clube: Santa Cruz Futebol Clube
Artilheiro: Humberto de Azevedo Viana - "Tará"
Nº de gols: 207
Nº de jogos:  -
Média de gols:  -
Período: 1931-1942 e 1948
Curiosidade: Tará marcou 10 gols no jogo Flamengo do Recife 3 x 21 Santa Cruz.

Clube: Ceará Sporting Club
Artilheiro: Gildo Fernades de Oliveira - "Gildo"
Nº de gols: 246
Nº de jogos:  -
Média de gols:  -
Período: 1960-1966 e 1969-1791
Curiosidade: Hoje trabalha como funcionário do Ceará Sporting Club.

Clube: Fortaleza Esporte Clube
Artilheiro: Edson José de Sousa - "Croinha"
Nº de gols: 138
Nº de jogos:  -
Média de gols:  -
Período: Anos 60 e 70.
Curiosidade: Foi vice-campeão da Taça Brasil de 1969.

Clube: Esporte Clube Juventude
Artilheiro: Mário Marcos Martini - "Mário Martini"
Nº de gols: 217
Nº de jogos:  -
Média de gols:  -
Período: 1932-1947
Curiosidade: Sexto maior artilheiro de um clube gaúcho.

Clube: Clube do Remo
Artilheiro: Eduardo Soares - "Dadinho"
Nº de gols: 163
Nº de jogos:  -
Média de gols:  -
Período: 1983-1986
Curiosidade: Maior artilheiro do campeonato paraense nas edições de 1983, 1985, 1986 e 1989.

Clube: América Football Club
Artilheiro: Luís Alberto da Silva Lemos - "Luisinho Lemos"
Nº de gols: 311
Nº de jogos:  -
Média de gols:  -
Período: 1973-1974 e 1982-1984
Curiosidade: Também era conhecido por Luizinho Tombo. Irmão de Caio Cambalhota e César Maluco, outros centroavantes do futebol brasileiro.

Clube: Bangu Atlético Clube
Artilheiro: Ladislau Antônio da Guia - "Ladislau da Guia"
Nº de gols: 215
Nº de jogos: 181
Média de gols: 1,19
Período: 1926-1940
Curiosidade: Era irmão mais velho de Domingos da Guia e tio de Ademir da Guia.

Há muitos outros clubes tradicionais do futebol brasileiro que merecem entrar nesta lista com seus maiores artilheiros. Entretanto, não está fácil conseguir as informações necessárias.

Caso alguém possua informações confiáveis para que possamos ampliar nossa relação, entre em contato conosco.



quinta-feira, 24 de maio de 2012

A Origem do Futebol no Brasil




Nascido no Brás, bairro paulistano, Charles William Miller, filho de pai escocês e mãe brasileira de ascendência inglesa, mudou-se para a Inglaterra aos nove anos de idade para estudar.

Charles Miller


Lá conheceu o futebol, o críquete e o rugby.

Retornou ao Brasil em 1894 trazendo na bagagem duas bolas usadas, um par de chuteiras, um livro com as regras do futebol, uma bomba para encher bolas e uniformes usados.

Divulgou o esporte nos clubes da elite paulistana.

Por seu pioneirismo e por ter difunfido o futebol no país, é considerado o pai do futebol no Brasil. 

Esperem...

Essa é a versão oficial sobre o início desse esporte no Brasil, mas não é a única.

O futebol pode ter chegado com os jesuítas.

Antes de Charles Miller o colégio jesuíta São Luís, de Itu-SP, já praticava o futebol.

Formado em História pela UNICAMP, José Moraes dos Santos Neto dedica-se há vários anos a pesquisar temas diversos relativos ao futebol brasileiro.

Já tem publicado alguns livros, entre eles: Visão do Jogo - Primórdios do Futebol no Brasil.

Nesse livro, o autor defende a tese de que o futebol chegou ao Brasil em 1886, oito anos antes da chegada de Miller.

Vivíamos no Brasil Império. O imperador D. Pedro II pediu a Rui Barbosa, deputado provincial pela Bahia, para que ele escrevesse um parecer sobre o sistema educacional brasileiro.

Em seu parecer (Reforma do Ensino Primário e Várias Instituições Complementares da Instrução Pública), uma das primeiras sugestões de Rui Barbosa foi a introdução de esportes ao ar livre.



Um dos primeiros colégios a se adaptarem ao parecer de Rui Barbosa foi o colégio jesuíta São Luís.

Os dados levantados pelo historiador estão baseados em atas do colégio São Luís. São relatórios escritos em latim, Italiano e há alguns textos já traduzidos para o português.

Nessa época existia um grande fluxo de jesuítas que vinham da Europa para o Brasil trazendo de lá as novidades, inclusive em relação aos esportes.

Um desses jesuítas que chegou ao colégio foi o padre José Montero, que no futuro tornaria-se reitor.

No retorno de uma viagem à Europa o padre José Montero trouxe duas bolas de capotão. Uma curiosidade: as câmaras de ar foram substituídas por bexiga de boi.

Os jogos começaram a ser organizados. Eram disputados em quadra de concreto, os alunos jogavam com suas calças normais e não existiam regras como as que conhecemos hoje.

Numa segunda fase da implantação do futebol, em 1987, os times foram divididos em camisas verdes contra camisas vermelhas, no lugar da calça a bermuda, e duas marcas foram desenhadas na parede simbolisando o gol.

Em 1893 o padre espanhol Luiz Yábar assume como novo reitor.

No ano seguinte teria feito uma revolução.

Trouxe novas regras, o jogo foi se aperfeiçoando, o campo foi tomando dimensões exatas, as traves foram criadas.

Antigo colégio jesuíta São Luís - (Itu-SP)

Muitos pesquisadores concordam que antes de Miller já existia o futebol no Brasil, porém, era um jogo diferente, um jogo de recreio, sem importância histórica, pois não foi responsável por difundir o futebol por todo o Brasil.

Entretanto, José Moraes dos Santos Neto recuperou a lista de alunos do colégio São Luís na época em que o futebol virou disciplina escolar.

Um dos estudantes dessa lista foi Arthur Ravache, um dos fundadores do Sport Club Germânia, time da colônia alemã da elite paulistana, fundado em 1899. Outros alunos desse mesmo colégio também levaram o futebol para a Bahia e para o sul de Minas Gerais.

No livro De Olho no Futebol, o jornalista Celso Unzelte cita a prática do futebol antes de Charles Miller, confirmando a tese do pesquisador de Campinas.

Em uma entrevista Celso Unzelte diz: "cai aquele mito de que o Charles Miller teria trazido uma bola debaixo de cada braço e apresentado a nós brasileiros da época".

A idéia não é polemizar, mas conhecer e expor aos amigos outras informações que podem nos ajudar a compreender melhor a origem dessa paixão que é o futebol.

domingo, 20 de maio de 2012

A Fita Azul


No início da década de 50 a Confederação Brasileira de Desportos-CBD, antecessora da CBF, institui a Fita Azul, um título honorário concedido aos clubes brasileiros que excursionavam pelo mundo e retornavam ao Brasil de forma invicta. Uma forma de gratificar os clubes que representaram bem o Brasil pelo mundo.

Era muito comum os clubes brasileiros excursionarem pelo interior do Brasil e também no exterior. Isso era possível porque o calendário do futebol contava com grandes janelas sem nenhuma competição. Também era uma forma de reduzir a ociosidade.

Pouco tempo depois a própria CBD acabou desistindo da idéia. Um jornal esportivo conceituado de São Paulo, a Gazeta Esportiva, decidiu continuar com a premiação por mais algum tempo, mas logo desistiu.

Nos primeiros anos era necessário que o clube jogasse no mínimo 10 partidas para ter direito à honraria. Posteriormente, a quantidade mínima de jogos caiu para 6 partidas.

Na época em que a Fita Azul foi instituída os clubes brasileiros não participavam de nenhuma competição internacional oficial, dessa forma, a premiação tinha grande significado para os torcedores. 

Na sequência, com o início das competições internacionais de clubes, a Fita Azul foi deixando de ter a mesma importância que tinha nos primeiros anos.

Ninguém conquistou a Fita Azul tantas vezes quanto a Associação Portuguesa de Desportos. Foram três excursões pelo mundo que terminaram de forma invicta para a Lusa.

Veja a relação dos clubes que receberam o prêmio:

1951 -  Portuguesa (12 jogos - 11 vitórias - 1 empate)

1952 - Corinthians (15 jogos - 15 vitórias)

1953 - Portuguesa (10 jogos - 7 vitórias - 3 empate)

1954 - Portuguesa (19 jogos - 14 vitórias - 5 empate)

1959 - Portuguesa Santista (15 jogos - 15 vitórias)

1962 - Caxias-RS (12 jogos - 9 vitórias - 3 empate)

1962 - Bangu-RJ (12 jogos - 8 vitórias - 4 empate)

1964 - São Paulo (11 jogos - 8 vitórias - 3 empate)

1972 - Coritiba (6 jogos - 4 vitórias - 2 empate)

1972 - Santos (17 jogos - 15 vitórias - 2 empate)

1980 - Santa Cruz (12 jogos - 11 vitórias - 1 empate)


O Santa Cruz recebeu a premiação pela última vez.

As competições internacionais já eram uma realidade. O calendário dos principais clubes brasileiros já não proporcionavam oportunidades para as excursões pelo mundo e o torcedor não via na Fita Azul a mesma importância de outrora. Tudo isso contribuiu para a extinção do prêmio.

Ainda hoje os clubes que conquistaram a premiação contam com orgulho as suas aventuras ao redor do mundo.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

"Teatro dos Sonhos"

Caros apreciadores do Esporte Bretão, hoje estarei postando um pouco da historia de um dos mais emblemáticos palcos esportivos do mundo. O Old Trafford ou "Teatro dos Sonhos" como é carinhosamente chamado o estádio do Manchester United.


 Quando se entra no "Teatro dos Sonhos"(assim apelidado por Sir Bobby Charlton) não se entra em qualquer estádio, por ali passam as paixões de milhões de fãs de todo o mundo em 99 anos. Fundado em 1910 todos as alegrias do United estão ali presentes, todas as jogadas maravilhosas de Sir Bobby Charlton, todos os momentos mágicos de George Best, todas as explosões de Bryan Robson, todos os triunfos de Eric Cantona, todos os passes mágicos de David Beckham toda a força de Roy Keane e todas as arrancadas de Ryan Giggs, todos os gols de Ruud Van Niestelrooy estão todos presentes neste Teatro dos Sonhos. Neste campo de Old Trafford passaram várias gerações desde os Busby Babes até aos Fergie Babes, e em todos estes anos o clube foi ganhando o status que hoje tem em todo mundo, o status de mais rico, mais ambicioso, mais poderoso e melhor clube em todo o mundo. Old Trafford, estará para sempre ligado ao Manchester United, mesmo depois do bombardeio Alemão durante a Segunda Guerra Mundial ficando parcialmente destruído, o que obrigou o clube a jogar no campo do seu rival Manchester City, mas renasceu das cinzas e trouxe consigo a glória maravilhosa deste clube do Norte da Inglaterra.

Desde Maio de 1989 que tem a capacidade de 56.000 espectadores, as cadeiras são todas cobertas com placa de vidro especialmente fabricada para Old Trafford, o campo é um dos melhores campos Ingleses com uma vasta gama de recursos ao nível de escoamento de água, vestiários de luxo, banco dos suplentes aquecido e segurança. Em 1996 recebeu melhorias para o Europeu de futebol em 2000 e foi ampliado para 67.500 lugares com a construção da nova arquibancada Leste, fazendo dele o segundo maior estádio na Inglaterra só batido pelo famoso Wembley. Com quatro parques de estacionamento grátis no dia dos jogos, três lojas oficiais com artigos exclusivos do clube, dois fabulosos hotéis de cinco estrelas, um restaurante panorâmico sobre a cidade de Manchester e sobre o campo, um super museu com todos os troféus do clube, um vistoso café que transmite o canal do clube, um campo de treinos com instalações modernas e funcionais com duas arquibancadas laterais onde jogam habitualmente os jogadores mais jovens com menos de 15 anos e a equipe feminina do clube, instalações de alto nível para visualização de vídeos, um centro de administração, uma central de comando do próprio canal de televisão Manchester United TV bem como estúdios para gravação e transmissão de eventos desportivos para todo mundo, uma catedral para casamentos e batizados, uma estação de rádio local, uma super-avenida Sir Matt Busby Way de acesso ao estádio, camarotes presidenciais e um sistema de vigilância super sofisticado, tudo isto e muito mais faz de Old Trafford um dos mais belos e místicos estádios do mundo.

Muitos são os sócios do Manchester United, e ao domingo no dia do jogo muitos são aqueles que gostariam de estar assistindo o jogo ao vivo em Old Trafford, mas neste momento só tem a capacidade de 67.500 espectadores. Muitos se queixam que o clube com a grandeza que tem deveria ter um estádio do tamanho apropriado para que todas as semanas milhares de adeptos pudessem partilhar esse momento mágico que é assistir a um jogo do United no ambiente de Old Trafford. Com a estabilidade do clube em termos de plantel, não poderiam poupar alguns milhões para no fim da temporada fazerem um estádio com 100.000 lugares ? Em vez disso o Manchester preferiu investir os seus milhões na fundação do seu próprio canal de televisão chegando assim aos seus associados e aos 4 cantos do mundo via satélite.

Como curiosidade o Manchester praticamente não vende bilhetes para os jogos em Old Trafford sendo estes comprados basicamente no inicio da temporada pelos sócios mais antigos. Existem filas de 4 anos!!! de sócios só para poderem adquirir um Season Ticket que pode rondar a quantia de 2000 euros... O clube em 2004 começou a efetuar um estudo de impacto para prepara a expansão do estádio para os 75.000 lugares sentados. De início pensou-se em construir um novo estádio no mesmo local que Old Trafford está construído mas, o plano foi abortado por falta de espaço para a expansão. Recorde-se que o estádio de um lado está rodeado pela grande avenida Sir Mattew Busby Way e ainda tem a estação de metrô adjacente. Foi assim necessário repensar o impacto de um novo estádio e projetar-se outro estudo, desta vez de ampliação do existente. O projeto está em estudo até final de 2004 para depois ser aprovados por investidores, acionistas e associados. Com a expansão do Teatro dos Sonhos, o nosso clube ficará com o segundo maior estádio do país com 75.000 lugares sentado, só batido pelo novo estádio de Wembley em Londres que suportará 80.000 espectadores.


Fotos:




Primeiro caso de doping do futebol brasileiro



Nascido em Pedro Leopoldo, estado de Minas Gerais, Cosme da Silva Campos, mais conhecido apenas como Campos, era uma grande promessa do futebol brasileiro no início dos anos 70.

Centroavante de origem, rápido, bom cabeceador, começou sua carreira no Atlético Mineiro em 1972 mas logo foi emprestado para o Nacional de Manaus.

Defendendo o Nacional, no campeonato brasileiro de 1972, chegou à vice-artilharia da competição com 14 gols. Apesar disso o time do Nacional-AM terminou o campeonato apenas com a 21ª colocação.

No ano seguinte, retornou ao Galo para ser campeão mineiro e conquistar a artilharia do campeonato com 15 gols.

Apesar disso, não foi apenas pelo futebol que Campos ficou marcado. 

O jogador protagonizou o primeiro caso de Doping registrado no futebol brasileiro, um escândalo para a época.

Entenda o caso:

No dia 04 de novembro de 1973 Vasco e Atlético-MG se enfrentaram pela primeira fase do Campeonato Brasileiro daquele ano. 

Em uma dividida com o zagueiro René, do Vasco da Gama, Campos perdeu três dentes. O Vasco venceu o jogo pelo placar de 2 a 0.

Duas semanas depois, no dia 18 de novembro, novo confronto entre as duas equipes, desta vez no Mineirão, Belo Horizonte. O Atlético-MG venceu a partida por 2 a 1, sendo que os dois gols do galo foram marcados pelo artilheiro Campos.

Ao final da partida o centroavante foi pego no exame antidoping .

Foi um choque para futebol brasileiro. 

O jogador foi suspenso por seis meses e após o seu retorno aos gramados nunca mais conseguiu repetir o bom futebol.

A substância encontrada no exame antidoping foi a efedrina, droga que reduz a fadiga, aumenta a agressividade, diminui a sensibilidade à dor, entre outros efeitos.

Campos afirmou que, por conta das dores que estava sentindo devido ao choque com o zagueiro René, utilizou medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos sem saber que esses medicamentos poderiam conter efedrina.

Campos sempre alegou inocência. Acusou o médico do Atlético-MG de não ter comunicado à CBD, entidade máxima do futebol naquela época, da utilização desses medicamentos.

Campos ainda jogou em vários clubes e até na Seleção Brasileira, mas sem o mesmo brilho do início da carreira.


quarta-feira, 16 de maio de 2012

Regras 5 e 6 do Futebol - Arbitragem




Caros apreciadores do Esporte Bretão, hoje farei um comentário sobre uma das figuras mais polêmicas e controversas do ambiente futebolístico, a arbitragem, a autoridade máxima dentro do jogo.

Primeiramente, vou postar as Regras 5 e 6 do Futebol, ou seja, referente à arbitragem, para quem ainda não conhece ficar por dentro do que representa essa autoridade. Confira:


*Regra 5 - O árbitro

A autoridade do árbitro
Cada partida será controlada por um árbitro, que terá autoridade total para fazer cumprir as Regras de jogo na partida para a qual tenha sido designado.

Poderes e deveres
O árbitro:
  • fará cumprir as regras de jogo
  • controlará a partida em cooperação com os árbitros assistentes e, sempre que o caso o requeira, com o quarto árbitro.
  • Se assegurar de que as bolas utilizadas correspondam às exigências da Regra 2
  • Se assegurar de que o equipamento dos jogadores cumpra as exigências da Regra 4
  • Atuará como cronometrista e tomará nota dos incidentes na partida
  • Interromperá, suspenderá ou finalizará a partida quando julgue oportuno, no caso de que se cometam infrações as Regras de jogo.
  • Interromperá, suspenderá ou finalizará a partida por qualquer tipo de interferência externa.
  • interromperá o jogo se julga que algum jogador tenha sofrido uma lesão grave e se encarregará de que o mesmo seja transportado para fora do campo de jogo
  • Permitirá que o jogo continue até que a bola esteja fora de jogo, se julga que um jogador esta só levemente contundido
  • Se assegurar de que todo jogador que sofra uma lesão com sangramento saia do campo de jogo. O jogador só poderá reingressar depois do sinal do árbitro, que se certificará de que a ferida tenha deixado de sangrar.
  • Permitirá que o jogo continue se a equipe contra a qual se tenha cometido uma infração se beneficia de uma vantagem, e sancionará a infração cometida inicialmente se a vantagem prevista não se concretiza nesse momento · castigará a falta mais grave quando um jogador comete mais de uma infração ao mesmo tempo.
  • tomará medidas disciplinares contra jogadores que cometam faltas merecedoras de advertência ou expulsão. Não esta obrigado a tomar as medidas imediatamente, porém deverá fazê-lo apenas logo que se detenha o jogo.
  • tomará medidas contra os funcionários oficiais das equipes que não se comportem de forma correta e poderá, se o julga necessário, expulsá-los do campo de jogo e de seus arredores.
  • atuará conforme as indicações de seus árbitros assistentes em relação com incidentes que não tenha podido observar
  • não permitirá que pessoas não autorizadas entrem no terreno de jogo
  • reiniciará o jogo após uma interrupção
  • remeterá às autoridades competentes um informe da partida, com dados sobre todas as medidas disciplinares tomadas contra jogadores ou funcionários oficiais das equipes e sobre qualquer outro incidente que tenha ocorrido antes, durante e depois da partida.
Decisões do árbitro
As decisões do árbitro sobre fatos em relação com o jogo, são definitivas.
O árbitro poderá modificar sua decisão unicamente, se se dá conta de que é incorreta ou, se o julga necessário, conforme a uma indicação por parte de um árbitro assistente, sempre que não tenha reiniciado ainda o jogo.


*Regra 6 - Os árbitros assistentes

Deveres
Serão designados dois (2) árbitros assistentes que terão, sem prejuízo do que decida o árbitro, missão de indicar:
  • Se a bola tenha ultrapassado em sua totalidade os limites do campo de jogo
  • A que equipe corresponde efetuar os tiros de canto, de meta ou o arremesso lateral.
  • Quando se deverá sancionar a um jogador por ele estar em posição de impedimento
  • Quando se solicita uma substituição
  • Quando ocorre alguma falta ou outro incidente fora do campo visual do árbitro
Assistência
Os árbitros assistentes ajudarão igualmente o árbitro ao dirigir o jogo conforme as regras.
Em caso de intervenção indevida ou conduta incorreta de um árbitro assistente, o árbitro prescindirá de seus serviços e elaborará um informe para as autoridades pertinentes.


Quero lembrar que é uma opinião de torcedor e amante deste esporte. Não tenho formação de arbitragem, não sou diretor de clube e nem fui jogador, apenas peladeiro de final de semana.

Mas convenhamos, já passou da hora da Entidade Máxima do Futebol rever algumas regras do nosso amado Esporte Bretão, principalmente o que rege a figura da arbitragem.

A experiência usada nos campeonatos estaduais, de colocar mais árbitros assistentes na linha de fundo é válida, mas, ainda engessada. Ele pode marcar um pênalti? Essa é a dúvida que tenho até agora.

Mas já é um inicio. O futebol necessita dessas mudanças.

Por mais que seja um folclore a discussão dos erros de arbitragem após a partida, não se pode admitir mais a falta de profissionalismo com que é levada essa parte importantíssima do jogo.

Os clubes, jogadores e o mercado da bola em geral se profissionalizaram. É preciso agora fazer o mesmo com a arbitragem. 

Oferecer condições adequadas para exercer o seu papel com transparência e qualidade.

Creio que dessa forma, os erros serão menos grotescos e o futebol e seus amantes irão agradecer, por mais que a discussão de que se foi pênalti ou não é sempre válida.




Primeiro Hino Oficial do Sport Club Corinthians Paulista




Seguindo a linha da postagem de ontem - Uma homenagem  a Lamartine Babo -, em que relatei sobre a origem dos hinos dos clubes cariocas, resolvi escrever mais sobre os hinos dos grades clubes brasileiros.

Acontece que muitos outros clubes possuem hinos oficiais ou populares que não são os primeiros hinos de sua história.

E hoje é dia de falarmos sobre o hino do Corinthians Paulista.

Os famosos versos que dizem "Salve o Corinthians, o campeão dos campeões..." foram conhecidos pela torcida alvinegra do Parque São Jorge apenas em 1952. A composição do radialista Lauro d'Ávila ganhou a boca do povo no ano de 1954 com a conquista do título do IV Centenário da cidade de São Paulo.

Mas esse não foi o primeiro hino do clube.

Em 1930 aconteceu a gravação do 1º Hino Oficial do Corinthians.

A letra foi composta por Eduardo Dohmen, com música de La Rosa Sobrinho, e sua primeira interpretação foi feita por Guarani e Pirajá.


Letra:

Luctar... Luctar...
É o nosso lema sempre para a glória.

Jogar... Jogar...
É conquistar os louros da vitória.

E proclamar: nosso pendão é alvinegro
E sempre há de brilhar.

Flutuar, viril
Para a grandeza e a glória do Brasil.

CORINTHIANS! CORINTHIANS!

A glória será teu repouso.
E nós unidos sempre.
Elevaremos teu nome glorioso.
_____________________________

Uma letra muito bonita e bem orquestrada, mas que não se tornou tão popular.

No vídeo abaixo podemos ouvir a interpretação do primeiro hino.

Confiram:


terça-feira, 15 de maio de 2012

Que esporte é esse?


Caros apreciadores do Esporte Bretão, confesso que hoje não estou muito inspirado para escrever, mas vamos lá.

O que é o futebol? O que esse esporte realmente significa? O que ele representa na vida e no dia-a-dia das pessoas?

Às vezes me pego pensando nestes questionamentos. Que raios de esporte é esse que mexe tanto na vida e nas emoções de milhões de seres humanos?

Seja na Copa do Mundo, seja na Champions League, na Libertadores, no Brasileirão, nos Estaduais, no Campeonato Amador da sua cidade, no Interclasses do seu colégio, seja no desafio contra a outra rua do bairro, seja no campeonato de Futebol de Botão.

Muitas vezes não é o melhor time, nem o mais vitorioso, nem o mais rico ou muito menos o mais popular.

O futebol já pregou tantas peças que ninguém mais se arrisca em dizer antes de uma determinada partida qual o time será vencedor ou campeão.

Claro que existe o favoritismo, a qualidade técnica, a estrutura. Tudo isso ajuda, mas...

Quem não se lembra de 1950 ou de 1982...

Quem não se lembra do Asa de Arapiraca, do Cianorte ou do XV de Campo Bom?

Mas também nos proporcionou verdadeiras seleções, times épicos, mágicos e históricos.

Seleção Brasileira de 1970 e 1982, Seleção da Holanda de 1974, Santos de Pelé,  Academia do Palmeiras ,  Flamengo de Zico sem contar o Barcelona de hoje em dia.

Por essas e por outras que o futebol é apaixonante, cativante, quase uma religião, pois transforma o momento do gol num momento mágico, inesquecível, que ultrapassam décadas e fica guardado na memória e no coração do torcedor apaixonado.

por Rodrigues Júnior

Uma homenagem a Lamartine Babo


Hoje nossa homenagem vai para o compositor Lamartine Babo.

Nascido no Rio de Janeiro, no ano 1904, tornou-se mundialmente conhecido por suas marchinhas de carnaval.

Sucessos como "O teu cabelo não nega" mostram toda a sua irreverência e seu humor refinado.

Mas não é apenas pelo carnaval carioca que Lamartine Babo merece destaque.

Sua contribuição ao futebol brasileiro é notável.

No ano de 1949 compôs hinos alternativos para 11 clubes do futebol carioca.

Entre esses clubes destacamos: Flamengo, Fluminense, Vasco da Gama, Botafogo e América. Este último, seu time do coração.

Para o Flamengo: "Uma vez Flamengo, sempre Flamengo...".

 

Até hoje esse não é o hino oficial do flamengo. Mas é o hino que embala as grandes conquistas do rubro-negro. Foi adotado pela sua gigantesca torcida.


Para o Fluminense: "Sou tricolor de coração, sou do clube tantas vezes campeão...".
 

O Tricolor também possui dois hinos. Um chamado de Hino Oficial e outro, o de Lamartine Babo, conhecido como Hino Popular do Fluminense.



Para o Botafogo: "Botafogo, Botafogo campeão desde 1910...".
 
Este é o hino que está na cabeça e na boca dos torcedores do Glorioso, contudo, também não é o hino oficial do clube, que acabou sendo ofuscado pela composição de Lamartine Babo.


Para o Vasco da Gama: "Vamos todos cantar de coração, a cruz de malta é o meu pendão...".

Pesquisando no site do Vasco descobrimos que este foi o terceiro hino do clube. Diferente dos outros três grandes do Rio de Janeiro, a composição de Lamartine tornou-se o Hino Oficial do Vasco.



Vale lembrar que, em apenas um dia, ele compôs os hinos para seis dos maiores clubes do Rio. Na sequência compôs os demais.

Era uma promoção de um programa de rádio chamado Trem da Alegria, que lançou LPs de cada um dos 11 clubes.

Lamartine de Azeredo Babo faleceu no ano 1963, aos 59 anos de idade, deixando para nós, apaixonados por futebol, essa contribuição riquíssima.

No ano de 1981 a escola de samba Imperatriz Leopoldinense homenageou o compositor com o enredo "O teu cabelo não nega". Essa homenagem rendeu à escola de samba o título do carnaval carioca daquele ano.